Na manhã de hoje, 13/4, operadoras e operadores do telemarketing da empresa Vikstar, que trabalham com o atendimento ao cliente para a Vivo, se reuniram enfrente da empresa para exigir o pagamento dos seus salários que estão atrasados desde o dia 07/4.
Não bastasse seguirem sendo obrigados a se aglomerar nos ônibus e locais de trabalho, em meio ao pior momento da pandemia do coronavírus, sem proteção e as garantias mínimas de condições de trabalho: máscaras, álcool em gel e home office, os trabalhadores e trabalhadoras, que já sofrem as consequências da precarização do trabalho terceirizado mal remunerado, tem agora de se mobilizar para exigir o pagamento de seus salários.
Segundo denúncias que coletamos nas redes sociais de trabalhadores da empresa e em sites de notícias, a Vikstar alega uma disputa com a Telefônica, que teria rompido o contrato com a empresa. A Telefônica, por outro lado, alega ter pago os valores devidos a Vikstar e que após isso houve o rompimento do contrato. Em meio a este empurra pra lá e empurra pra cá destas empresas que lucram com o suor e o trabalho de mais de 8 mil funcionários, os trabalhadores e trabalhadoras são quem estão sofrendo as consequências.
É inadmissível esta situação. Não a toa, os operadores e operadoras protestaram em frente a empresa hoje. Sob gritos de “queremos nossos salários”, eles inclusive impediram a retirada de documentos do RH da empresa que estavam sendo colocados em carros no estacionamento, formando um cordão humano e enfrentando a patronal diante do absurdo descaso.
Importante ressaltar que os serviços de Call Center foram considerados atividades essenciais pelos governos e patrões. Todas as compras e serviços online passam por estes atendimentos terceirizados pelas grandes empresas. Com o isolamento social, a demanda aumentou muito em muitos setores.
O GOI/Palavra Operária já havia denunciado e participado no ano passado (leia aqui) de uma importante luta pelo direito ao home office e condições sanitárias feita pelos operadores e operadoras da Sercom, em Taboão da Serra, onde trabalham mais de 6 mil funcionários.
Saudamos a coragem da mobilização dos trabalhadores da Vikstar, que não pretendem baixar a cabeça e seguirão exigindo seus direitos. Os sindicatos do setor de telemarketing em São Paulo, Piauí e Paraná já anunciaram indicativo de greve e começaram a discutir a realização de paralisação.
Todo apoio e solidariedade à luta dos trabalhadores e trabalhadoras do telemarketing! Não ao calote da Vikstar e Telefônica! Que os salários sejam pagos imediatamente!