*Publicado originalmente no Jornal Palavra Operária nº 9
“…Os proletários nada tem a perder a não ser as suas correntes. Tem um mundo a ganhar. Proletários de todos os países, uni-vos!” – O manifesto comunista (K. Marx e F. Engels)
Em janeiro desse ano a FORD anunciou o encerramento das atividades produtivas em suas 3 fábricas no Brasil. Isso acarretará a demissão de cerca de 5 mil trabalhadores, e segundo o DIEESE, vai também extinguir mais de 118 mil empregos indiretos na cadeia produtiva.
Em mais de 100 anos de atuação no Brasil, a FORD lucrou rios de dinheiro com a exploração da classe trabalhadora brasileira. Mas, o que nos deixa mais indignados, é que além de lucrar com o sangue e suor da nossa classe, a FORD também saqueou os cofres públicos do nosso país através dos inúmeros incentivos fiscais concedidos pelos governos e generosos empréstimos a taxas de juros baixas pelo BNDES.
Depois de tudo isso, os capitalistas que controlam a FORD, ao verificarem uma queda na taxa de lucro, sem nenhum peso na consciência, decidem pelo fechamento das fábricas. Para estes abutres não importa que operários e operárias fiquem sem emprego e morram de fome em plena pandemia do Covid-19 Para os parasitas do capital o lucro é mais importante que a vida da classe trabalhadora.
Bolsonaro e seu governo nada farão para defender o emprego dos trabalhadores do Brasil. Quando é para matar os povos indígenas, os negros das periferias e obrigar a classe trabalhadora a se expor ao coronavírus nos transportes públicos lotados, Bolsonaro e a corja que governa com ele se enchem de coragem e arrogância. Quando se trata de enfrentar os interesses dos capitalistas da FORD, eles preferem lamber as botas desses empresários e se esconder de medo.
Bolsonaro segue as ordens dos capitalistas que governam o mundo, e a ordem é essa: transformar o Brasil em uma grande plataforma exportadora de produtos primários como soja, café, carnes e minérios. O Brasil vai ficando cada vez mais desindustrializado e a orientação do governo Bolsonaro é de continuar avançando sobre a floresta Amazônica e o Cerrado para garantir a dominação do agronegócio.
É preciso derrotar os capitalistas de FORD e seu lacaio, o governo Bolsonaro. Para isso a classe trabalhadora precisa apoiar a luta dos trabalhadores da FORD, o fim das demissões e a imediata estatização sem indenizações das plantas industriais fechadas. Isso só será possível com a organização da classe trabalhadora através de greves e ocupações de fábricas e, sobretudo, com o controle operário da produção. É preciso lutar pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, pela Escala móvel de horas de trabalho para gerar empregos!
As centrais sindicais e os sindicatos precisam parar de conciliar com os capitalistas e usar toda sua energia e estruturas para organizar essas lutas.
Um comentário em “O fechamento da FORD e a desindustrialização do Brasil”