2020 foi um ano terrível para a classe trabalhadora. 2021 pode ser pior!
Segundo os institutos de pesquisa (IBGE, DIEESE) falta trabalho para 32 milhões e 200 mil pessoas no país; em 12 meses, o preço dos alimentos subiu mais de 26% em São Paulo, o custo da cesta básica é de 654 reais, mais da metade do valor do salário mínimo de 1100 reais.
A pandemia não dá trégua: 2021 começa com um novo pico da Covid-19. A população trabalhadora segue abandonada à sua própria sorte por Bolsonaro, Dória e demais governantes, que nem sequer garantiram a compra de vacinas, e estão cortando investimentos na saúde, fechando alas inteiras de hospitais (como o HGP, de Taboão, e o HGI, de Itapecerica) e causando o colapso do SUS em várias cidades em todo o país.
A opressão contra o povo pobre só aumenta: jovens são agredidos, presos e assassinados todos os dias pela PM nas periferias; nas famílias proletárias, a carga maior de trabalho e sofrimento fica nas costas das mulheres, mães e trabalhadoras.
Enquanto somos obrigados a trabalhar e a viver nestas condições cada vez piores, as Bolsas de Valores não param de subir e a burguesia fica cada vez mais rica encima da miséria do povo. Bolsonaro, para evitar o impeachment, gastou bilhões de reais para comprar os picaretas do Centrão que comandam o Congresso Nacional corrupto.
O colapso do SUS, a falta de vacinas e a falta de controle da pandemia nos obrigam a lutar para impor a paralisação organizada e temporária das atividades econômicas, para evitar que mais centenas de milhares de pessoas morram de Covid-19 nas próximas semanas.
A classe trabalhadora precisa reagir contra tudo isso. Cobrar de suas lideranças sindicais e políticas acomodadas e burocratizadas que organizem a luta unificada em defesa da Vida, Emprego, Salário, Direitos e Terra. Que mobilizem o povo para colocar pra Fora Bolsonaro, Mourão e o Congresso corrupto. É preciso forjar nas lutas da nossa classe uma nova direção para o movimento, independente dos patrões e dos governos.
Programa Socialista em Defesa da Vida, Emprego, Salário, Direitos e Terra:
Para enfrentar os ataques dos patrões e dos governos, o povo trabalhador e oprimido precisa lutar por um GOVERNO DA CLASSE TRABALHADORA, SEM PATRÕES, que faça os ricos pagarem pela crise que eles criaram, aplicando as medidas necessárias para defender melhores condições de vida e de trabalho para quem produz a riqueza do país.
- Investimento imediato no SUS. Contratação de mais trabalhadores/as da Saúde.
- Quebra de patentes das vacinas contra Covid-19. Intervenção na indústria farmacêutica para garantir a produção de vacinas.
- Paralisação organizada das atividades econômicas para controlar a pandemia.
- Auxílio Emergencial de 1 Salário Mínimo para todos necessitados, até o fim da pandemia.
- Aumento imediato dos salários e reajuste mensal igual à inflação.
- Redução da jornada de trabalho para 6 horas, sem redução do salário.
- Extensão dos direitos trabalhistas e previdenciários a todos os trabalhadores e trabalhadoras precarizados.
- Plano Nacional de Obras Públicas
- Estatização com controle da classe trabalhadora das empresas que demitem em massa
- Reforma Agrária e defesa das terras dos indígenas e quilombolas;
- Suspensão do pagamento da dívida pública aos banqueiros e especuladores
- Defesa das liberdades democráticas e da luta das mulheres, negros, indígenas, LGBTQIs e imigrantes. Organizar a autodefesa das organizações e ativistas da classe trabalhadora.
(Artigo publicado originalmente no jornal Palavra Operária nº 9, fev-mar/2021)