Por Wiliam Felippe
Ouvia a bela trilha sonora do filme “A missão” quando li a notícia da morte de dom Pedro Casaldáliga. Oportuna coincidência.
Aos 40 anos de idade, o padre católico chegou à região do Araguaia e, desde então, se somou e se dedicou à luta dos povos originários (indígenas), camponeses, ribeirinhos e da floresta contra os latifundiários e pela reforma agrária. Viveu de forma simples nos últimos 52 anos junto ao povo pobre de São Felix do Araguaia. Foi um dos fundadores do CIMI (Conselho Indigenista Missionário) e da CPT ( Comissão Pastoral da Terra), que até hoje cumprem um importante papel na defesa destes povos que, como no tempo da ditadura militar, seguem sofrendo a opressão dos capitalistas exploradores da terra, hoje empoderados pelo governo militaresco de Bolsonaro e Mourão.
A dedicação a uma causa, a firmeza de princípios, a vida junto aos mais explorados e oprimidos, é o que identifica os revolucionários socialistas com lutadores como dom Pedro, que soube cavar uma trincheira de luta no interior mesmo da Igreja Católica, instituição milenar a serviço da exploração e da opressão.
Morto aos 92 anos, dom Pedro Casaldáliga manteve-se fiel à missão à qual dedicou sua vida. Permaneceu até o fim na trincheira correta da luta de classes.
Deve ser saudado por todos os que se dedicam à causa da revolução socialista como um dos nossos: dom Pedro Casaldáliga, presente!