Nesta quarta feira, 05/8, a greve dos operários e operárias da Renault entra em seu 15º dia. Sem dúvida alguma, é uma das greves operárias mais importantes dos últimos tempos e que, se vitoriosa, pode ser um divisor de águas para a classe trabalhadora no próximo período. Não à toa, a luta travada pelos trabalhadores e trabalhadoras contra 747 demissões, vem fazendo com que a empresa tome um posicionamento cada vez mais inflexível.
Até o momento, ela não apresentou uma proposta para negociar com a categoria, não participou da Audiência Pública realizada na segunda, mas reforçou que pretende manter as demissões e ampliá-la para mais 1050 funcionários e funcionárias, através do PDV, além de estar se articulando para reduzir em 20% os salários da categoria. Está bastante explícito que a Renault busca fragmentar o movimento grevista pelo cansaço e com métodos totalmente criminosos.
No último final de semana, por exemplo, a coordenação da Renault organizou uma enquete através de uma plataforma online, na qual perguntava aos operários e operárias se queriam voltar ao trabalho. Deu apenas a resposta “sim” para a enquete e cobrou dos trabalhadores e trabalhadores por mensagens de celular que a respondessem. A enquete fraudulenta permitia que qualquer pessoa votasse. Inclusive, pessoas que não trabalham na fábrica. A resposta da categoria a essa ação vergonhosa e desesperada foi dada na assembleia de segunda feira, 03/8, na porta da fábrica, quando a grande maioria dos operários e operárias decidiu pela manutenção do movimento grevista mais uma vez.
A importunação da Renault aos grevistas com mensagens individuais e por meio de intimidação com a presença da Policia Militar do Paraná nas assembleias diárias na porta da fábrica parece não estar surtindo efeito. Felizmente, o movimento segue firme em defender os trabalhadores e trabalhadoras demitidos, mostrando como a greve na Renault é um grande exemplo de resistência e luta para toda a classe trabalhadora contra a retirada de direitos imposta pelos patrões e seus governos.
Embora a categoria demonstre força e disposição de luta, o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba tem depositado suas forças na via morta das negociações com o governo, o parlamento e a justiça, na figura do Ministério Público do Trabalho, sem nenhum resultado.
Em nossa carta aos operários e operárias da Renault, publicada em 03/8, chamamos os trabalhadores e trabalhadoras a só confiarem em suas próprias forças e na solidariedade da classe trabalhadora.
“Chamamos aos operários e operárias a não depositarem nenhuma confiança no governo do Ratinho Jr. e de Bolsonaro para interferir e assegurar os empregos, nem na justiça dos patrões e nos deputados oportunistas comprometidos apenas com suas carreiras políticas. Chamamos vocês a confiarem apenas na força da sua luta e na solidariedade da classe trabalhadora! É preciso que vocês tomem em suas mãos a organização da greve, através de comissões de base, para fazer as tarefas da greve junto com a diretoria do sindicato. Desde os piquetes nas portarias até a busca do apoio de outras fábricas e outras categorias. É preciso também que os grevistas da base participem das reuniões de negociação com a empresa, junto com o sindicato. Tudo deve ser feito e decidido com a participação direta dos grevistas.”
É urgente que a direção do sindicato busque ampliar a luta contra as demissões a outras fábricas da base de Curitiba e a outras montadoras, autopeças e metalúrgicas em outros estados. É urgente fazer um chamado aos demais sindicatos metalúrgicos e às centrais sindicais para que mobilizem suas bases em apoio aos grevistas da Renault e em defesa de seus próprios empregos.
Este é o caminho para obrigar a Renault a readmitir os 747 companheiros e companheiras. E para avançar na luta contra os planos da patronal e seus governos de aprofundar a miséria e a fome com demissões em massa, rebaixamento dos salários e ataques aos nossos direitos.
Todos apoio aos grevistas da Renault!
Nenhuma confiança no governo, nos políticos e na justiça!
Por uma Campanha Nacional de solidariedade aos grevistas e de mobilização dos metalúrgicos em defesa dos empregos, salários e direitos!
#Somos747!
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2 comentários em “#GreveRenault: Metalúrgicos se mantém firmes há 15 dias contra as 747 demissões”