A greve dos metalúrgicos da Renault, em São José dos Pinhais/PR, entra nesta quarta feira, 29/7, na sua segunda semana com muita força e disposição de luta da categoria. Os ônibus da empresa chegam todos os dias vazios na porta da fábrica. Isto demonstra que a unidade dos operários e operárias é o principal combustível para o fortalecimento da greve contra as 747 demissões e sua disposição de não recuar até que a Renault negocie a imediata readimissão dos metalúrgicos.
Embora seja a mais importante luta da classe trabalhadora no país hoje, a greve enfrenta o boicote da mídia burguesa, que não divulga a resistência operária contra os ataques da patronal. Por isso, o apoio e solidariedade ativa que recebem os metalúrgicos da Renault se torna uma importante ferramenta para romper este bloqueio e levar esta experiência de enfrentamento à outras categorias que também estão sofrendo com os ataques dos governos e patrões. O sindicato, inclusive, já iniciou um fundo de greve.
Mesmo tentando coagir os trabalhadores com mensagens individuais, como foi denunciado pelo sindicato em informe realizado na tarde de 28/7, em frente a fábrica, os operários e operárias mostram que o único caminho para garantir nossos empregos, salários e direitos é a luta organizada.
Na noite desta terça-feira, 28/7, em vídeos postados direto dos piquetes pelos operários nas redes sociais, pudemos ver como a solidariedade de classe e a resistência operária podem contagiar a luta da classe trabalhadora no Brasil. Dia e noite, enfrentando chuva, vento e granizo, os metalúrgicos mandam recados de força e união para enfrentar as demissões.
Operários de outras fábricas, como a Volks e New Holland, estão marcando presença nos piquetes para prestar sua solidariedade.
Outra importante iniciativa é a dos familiares e amigos dos operários e operárias que tem se somado na campanha nas redes, denunciando as demissões arbitrárias da Renault, com a hashtag #Somos747, além de participarem dos atos e manifestações de rua com a categoria, como ocorreu no último domingo, 26/7.
Após a assembléia de 27/7, na qual os metalúrgicos decidiram pela manutenção da greve por tempo indeterminado em votação expressiva, a Renault se viu obrigada a marcar uma reunião com o sindicato. Esta reunião foi realizada ontem, 28/7. Porém, ainda não obtivemos informe sobre seu conteúdo, que deverá ser divulgado na presença dos operários e operárias na porta de fábrica nesta quarta.
Saudamos aqui a força das mulheres que fazem parte desta luta, sobretudo as mães e esposas dos operários, tão invisibilizadas nestes momentos de ataques da patronal, que têm se mobilizado para garantir alimentos nos piquetes, força e solidariedade à luta da categoria, que é majoritariamente composta por homens.
Numa entrevista realizada pelo Sindicato dos Metalúrgicos, Kauani, esposa de um operário demitido da Renault, expressou de forma bastante contundente como é importante a unidade da classe trabalhadora na luta e a participação das mulheres:
“Domingo não foi só eu e minha filha lá na frente, foi minha irmã e minha mãe agora também começará a ir. Nossa família realmente está envolvida. E é um momento de todos nós estarmos envolvidos nestas causas. Hoje é a Renault, né? Esperamos que amanhã não seja outra, porque isso que a gente precisa ter em mente. A Renault é uma multinacional, de um tamanho enorme e de uma influência enorme. Se a Renault hoje faz isso e todos ficam calados, abre precedente pra outras empresas menores também fazerem. Então, por isso que é necessário, agora e eu faço um convite pra você, que independente de ter algum parente trabalhando na Renault, mas a você que tá aí, que vai nos assistir, vá conosco pra lá! Você que não tem um elo direto, mas que você se comova com esta causa. Vá conosco, esteje lá. Ou simplesmente compartilhe essa live que a gente tá colocando na internet, compartilhe a hashtag #Somos747. Vamos levantar essa hashtag pra fazer o Brasil e o mundo conhecer esta luta, conhecer a nossa causa, para que isso não ocorra com outros trabalhadores em outras empresas.”
O GOI segue acompanhando e divulgando esta histórica luta operária, chamando a que outras organizações e movimentos da classe fortaleçam a campanha contra as demissões na Renault. Todo apoio e solidariedade à greve dos metalúrgicos!
4 comentários em “#GreveRenault8dia: fortalecer a solidariedade e apoio aos metalúrgicos! Não às demissões!”