Após o assassinato de George Floyd por um policial branco, o luto em Minneapolis se transformou em uma forte luta e revolta popular e multirracial. Por quatro noites seguidas estamos assistindo no berço do capitalismo mundial, pessoas se unindo, nos quatro cantos do país, para lutar contra o racismo e em memória de George e de tantos outros negros e negras vítimas da opressão que sofrem todos os dias, resgatando os métodos de luta da classe trabalhadora.
Relatos que nos chegam pelas redes sociais mostram que as várias comunidades estão se juntando nas ruas para protestar (judeus, mulçumanos, brancos, asiáticos, latinos,…). Igrejas abrem suas portas para abrigar manifestantes durante os ataques de gás lacrimogêneo e balas da polícia. As gangues locais estão juntas com @s manifestantes nas ruas defendendo-@s de ataques das milícias armadas da extrema direita e supremacistas brancos que patrulham a cidade para evitar os saques que estão acontecendo aos grandes comércios locais. Motoristas de ônibus tem se recusado a transportar as dezenas de pessoas presas pela polícia. Um grande movimento de solidariedade que demonstra que a luta de classes não tem quarentena! Ela segue sendo real e se fazendo através das ruas que acoam por justiça à Floyd!
Importante lembrar que os EUA já contabilizam mais de 100 mil mortos pela Covid-19. Além disso, cerca de 40 milhões de trabalhadores e trabalhadoras já perderam seus empregos. Assim como no Brasil, sabemos que a maioria das vítimas da Covid-19 e desempregadas nos Estados Unidos são pessoas negras. Essas mortes nos revelam que a maioria negra, precarizada, com baixos salários, não possui acesso aos serviços de saúde, que é privatizado nos EUA. No Brasil, sabemos que os negros e negras mortos pela Covid também enfrentam o mesmo problema de subempregos, além da falta de acesso a saneamento básico, pois moram nas periferias e comunidades, onde o Estado não se faz presente. Também não tem acesso a uma saúde pública de qualidade e nem leitos de UTI disponíveis.
Por isso, é muito importante para nós divulgarmos as ações que hoje ocorrem nos Estados Unidos e enviarmos nossa solidariedade à luta do povo negro norte americano. Um processo de luta e mobilização multirracial histórico que se enfrenta contra a política racista do Estado capitalista no berço do imperialismo norte americano é um exemplo de luta que nossa classe deve seguir em todo o planeta! Essa é a nossa “nota de repúdio” aos racistas, fascistas e capitalistas que querem destruir nossos direitos, atacar nossa classe e nos matar!