Nos anos 2000 assumiram vários governos de esquerda na América Latina: Chaves, Lula, Kirchner, Evo, Ortega, Mujica, etc., que tinham apoio dos sindicatos e movimentos da classe trabalhadora e do povo pobre. Nos últimos anos, a direita burguesa tem voltado ao poder, através de eleições, como Macri, na Argentina, ou de golpes como o que ocorreu no Brasil contra Dilma, e agora contra Evo Morales, na Bolívia.
Por que ocorre esta “gangorra” da esquerda e da direita no poder? Porque os governos de esquerda não combateram os privilégios dos ricos, nem mudaram as bases econômicas da exploração e da opressão dos capitalistas sobre o povo. Fizeram só pequenas reformas para minimizar o nosso sofrimento, que viraram pó quando veio a crise do capitalismo e os patrões e seus governos passaram a cortar o pouco que nos resta. A perda de apoio popular dos governos de esquerda abre caminho para governos da direita antipovo, machistas e racistas tipo Bolsonaro. Quando estes governos entram em crise, como o de Macri, na Argentina, a esquerda reformista volta ao poder para tentar segurar a revolução operária e popular e manter a subordinação dos países aos ditames do FMI e da burguesia.
Necessitamos de um Governo da Classe Trabalhadora, sem patrões! Um governo formado pelos partidos e organizações da classe trabalhadora e do povo pobre, sem a participação de partidos e políticos patronais. Que aplique um Programa Socialista em defesa dos Empregos, Salários e Direitos, apoiado na mobilização e em conselhos populares.
Imagem: Alberto Fernández e Cristina Kirchner (presidente e vice eleitos na Argentina); Lacalle Pou, presidente eleito no Uruguai)
(artigo publicado no jornal Palavra Operária n° 5, dez/2019 – Jan/2020)
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