A América Latina está em luta contra governos tipo Bolsonaro que afundam os países na miséria e violência para manter o luxo dos empresários, políticos e juízes. Temos de seguir o exemplo das trabalhadoras e trabalhadores latinoamericanos.
Só a luta nas ruas e greves gerais pode parar os ataques de Bolsonaro
No Brasil fizemos grandes mobilizações, como a greve geral de 28 de abril de 2017, contra a “reforma” Trabalhista de Temer, e neste ano contra os cortes na Educação e a “reforma” da Previdência de Bolsonaro. Mas, as direções do movimento boicotaram a continuidade destas lutas. A “reforma” da Previdência foi imposta quase sem resistência dos sindicatos. É preciso retomar o caminho da greve geral e tomar as ruas, como estão fazendo nos demais países.
Bolsonaro tira dos pobres para dar aos ricos …
Bolsonaro impõe no Brasil o mesmo capitalismo selvagem e colonial que Paulo Guedes ajudou a implantar no Chile, na ditadura de Pinochet: fim dos direitos trabalhistas e da prevenção de acidentes; privatização da Previdência e das empresas (Correios, Petrobrás, etc.) e serviços públicos (principalmente Saúde e Educação); fim da ajuda do governo aos mais necessitados (Bolsa Família; Minha Casa, Minha Vida; etc.); tornar o Brasil uma colônia dos Estados Unidos.
… e quer impor uma ditadura contra o povo pobre
As rebeliões na América Latina estão sendo reprimidas pelas Forças Armadas, com dezenas de mortos, milhares de feridos e inúmeros casos de sequestro e tortura. Bolsonaro e Moro já se preparam para reprimir uma revolta popular no Brasil com leis que dão à PM “licença para matar”, sobretudo jovens negros das periferias, como acabamos de ver em Paraisópolis.
As direções da classe trabalhadora não querem lutar
Os partidos de esquerda e dirigentes dos sindicatos e movimentos (Lula, PT, PCdoB, CUT, Força Sindical, UGT, MST, UNE, etc.) não querem organizar a classe trabalhadora para enfrentar Bolsonaro com greves e lutas nas ruas. Agora, muitos estão confiantes que Lula fora da prisão vai liderar a luta contra Bolsonaro. Mas, Lula tá jogando água na fogueira, falando para esperar as eleições de 2022, e se dedica a formar uma “frente ampla” com partidos patronais nas eleições municipais do ano que vem. Então, para Lula vamos ter de aguentar mais 3 anos de ataques deste governo? O que vai sobrar de nossos salários, empregos e direitos e do Brasil até lá?
O PSOL, PSTU, Frente Povo Sem Medo, CSP-Conlutas, Intersindical, MTST, e outras organizações que se apresentam como alternativa a Lula, ao PT e à burocracia sindical, têm ficado a reboque da política imobilista das direções do movimento, tornando-se cúmplices das derrotas que estamos sofrendo. Chamamos estas direções “alternativas” a defender a seguinte plataforma de lutas:
Exijamos de Lula e das direções dos sindicatos e movimentos que rompam seus acordos com a burguesia e chamem a luta contra os ataques de Bolsonaro e dos patrões! Não dá para esperar pelas eleições!
Lutemos por um Encontro da Classe Trabalhadora com representantes eleitos nas bases, para aprovar um Plano de Lutas Unificado, em direção à Greve Geral!
Todo apoio às lutas e greves que estão acontecendo! Pela unificação das lutas!
(Editorial do jornal Palavra Operária nº 5, de dez./2019-jan./2020)