Abaixo o toque de recolher de Piñera!!!
Fora os militares das Forças Armadas das ruas!!!
Liberdade para tod@s @s detidos!!!
Os estudantes chilenos mais uma vez acenderam a chama da desobediência ao estado de coisas, dizem basta a essa democracia capitalista que nada fez senão mergulhar na maior pobreza ao conjunto da população. O Chile é um dos países mais desiguais da região, de acordo com a CEPAL, o 1% mais rico do país fica com 26,5% da riqueza, enquanto 50% das famílias mais pobres só ficam com 2,1 % da riqueza líquida do país. O salário mínimo é de 301.000 pesos (423 dólares), e o custo do transporte é um dos mais caros do mundo, sendo o nono segundo o estudo da Universidade Diego Portales. Muitas famílias gastam até 30% de sua renda. (1) O aumento da passagem no metrô se soma aos da eletricidade e a água, que impossibilita seu pagamento. O mesmo ocorre com a saúde e a educação, totalmente privatizadas.
O governo de Piñera achou que suspender o aumento acalmaria a indignação causada por tanta injustiça. Centenas de milhares permanecem nas ruas e cada vez mais foram se juntando depois que o exército declarou o toque de recolher. Desde a noite de sábado, dia 18 de Outubro, a repressão dos militares e dos carabineros (nome da polícia militar do Chile) já matou 11 manifestantes e prendeu mais de 1700. (*)
Esta rebelião dos trabalhadores e do povo coloca em xeque essa democracia dos ricos que sobrevive graças ao pacto do regime pinochetista com os partidos da Democracia Cristã e do Partido Socialista, que se alternaram no poder durante todos esses anos, e o Partido Comunista. É preciso pôr um fim a este pacto de governabilidade e às Forças Armadas assassinas, com o julgamento e punição por sua responsabilidade pelos assassinatos e desaparecimentos durante o regime do ditador Pinochet.
Desde diferentes setores, mineiros, estudantes, portuários, organizações feministas, funcionários públicos e desempregados reivindicam ações unitárias exigindo a Greve Geral. Acreditamos que aqui está a chave para desenvolver em melhores condições a luta para acabar com o toque de recolher, reverter os aumentos, libertar todos os detidos e punir os responsáveis pelas mortes. Mas também para por fim ao governo de Piñera e a todo esse regime repressor. E colocar os destinos do país nas mãos daqueles que realmente têm de governar, as trabalhadoras e trabalhadores e todo o povo pobre, junto com @s estudantes, feministas, desempregad@s.
Viva a rebelião do povo chileno!
Nota publicada pela CTR – Corrente de Trabalhador@s Revolucionári@s/Argentina
Com apoio do GOI
Outubro, 2019
(*) Os dados atualizados após a publicação desta nota, em 23/10, dia da greve geral, já somam 18 mortos, 88 feridos por armas de fogo e milhares de presos.