Organizar a luta contra a opressão das mulheres, negros, jovens, imigrantes, povos originários e lgbtqi+ junto às lutas do conjunto do proletariado contra a exploração capitalista

Publicamos a proposta apresentada pelo GOI ao 4º Congresso da CSP-Conlutas, recém realizado.

Já afirmamos que a política de contrarrevolução econômica, desencadeada pelo imperialismo e governos burgueses nacionais através dos “ajustes” e “reformas”, tem levado ao retrocesso nos direitos trabalhistas e sociais da nossa classe. Ao passo que os grandes capitalistas veem suas formas de reprodução ameaçadas pela crise, criam novos movimentos e condições de exploração para manter as bases de sustentação das formas de produção e opressão capitalistas, elevando as contradições sociais e a agudização das lutas entre as classes.

A população pobre, periférica e marginalizada dos grandes centros urbanos, sobretudo as mulheres, os jovens negros e pessoas LGBTTQI+, tornam-se o principal alvo dos ataques. Isto acontece porque são um setor fundamental do exército da classe trabalhadora, os quais os capitalistas usam como massa de reserva de força de trabalho em tempos de crise. Na medida em que se aprofundam os ataques aos direitos trabalhistas e sociais, criam-se novos postos de trabalho cada vez mais precários e com baixíssimos salários, e estes setores acabam se submetendo às condições desses trabalhos, pois é o que resta a eles para não viverem à margem da sociedade.

Na década de 1990, no auge do neoliberalismo tucano no Brasil, foram disseminados os call centers, que se tornaram no país o principal posto de trabalho, atrás apenas das empregadas domésticas, com mais de 1 milhão de empregos (ocupados, sobretudo, por mulheres, jovens negros e negras e homossexuais). Hoje, com a popularização dos smartphones, vemos a ascensão dos empregos informais como entregadores e motoristas de aplicativos (os chamados “infoproletários”). Além destes, os tradicionais postos de auxiliares de limpeza e serviços gerais, englobam a lista de trabalhos precarizados, com salários miseráveis e que, na maioria das vezes, são terceirizados. Estes trabalhadores, com as “reformas” Trabalhista e Previdenciária, perderam quaisquer garantias de direitos, e hoje formam o setor majoritário da classe trabalhadora, que não possui filiação sindical, o que diminui drasticamente as chances de se organizarem para lutar por melhores condições de vida e trabalho.

Além disto, esses postos, por serem direcionados a um determinado grupo oprimido da nossa classe, aprofundam as desigualdades da divisão social, de gênero e racial do trabalho, aumentando proporcionalmente a opressão racista, machista, xenofóbica e lgbttqi+fóbica. Esse elemento fundamental da exploração e opressão capitalistas, aliado à reprodução da moral e consciência burguesas entre trabalhadores e trabalhadoras, usada no Brasil por Bolsonaro e em diversos países por governos burgueses e imperialistas, como o de Donald Trump, nos EUA, buscam aprofundar a divisão da nossa classe e enfraquecer nossas lutas contra as medidas antioperárias e antipopulares.

A disputa ideológica tem se tornado cada vez mais dura contra nossos inimigos de classe. Os discursos “empoderados”, “meritocráticos” e “empreendedores” são cada vez mais comuns e disseminados nas periferias, como saídas individuais para os problemas sociais e econômicos causados pelo próprio capitalismo. Estes discursos se contrapõem, sobretudo, às tarefas e a necessidade histórica de unidade e solidariedade de classe no enfrentamento e luta contra a opressão capitalista.

Plano de Ação dos Setores Oprimidos

  • Garantia de ampla discussão com tod@s delegad@s no Plenário do 4º Congresso da central sobre os problemas, dificuldades e a luta que hoje enfrentam os setores oprimidos contra os planos do governo reacionário de Bolsonaro e contra as medidas antitrabalhador@s (como a “reforma” Trabalhista, Precarização, Terceirização e “reforma” Previdenciária) dos patrões e do imperialismo.
  • Lutar por um Congresso democrático, que respeite as diferenças, a diversidade e a luta dos setores oprimidos. Abaixo a reprodução do machismo, racismo, lgbttqi+fobia, transfobia, xenofobia em nosso Congresso!
  • Que a CSP Conlutas se coloque na vanguarda da defesa dos setores oprimidos, lutando para disputar contra os sindicatos pró-patronais que se perpetuam nas categorias mais precarizadas, impossibilitando a organização e defesa dos direitos de classe dos trabalhadores e trabalhadoras mais explorados e oprimidos (que são as mulheres, jovens negros, imigrantes e LGBTQIs).
  • Divulgação de materiais da Central que combata a exploração dos setores mais pauperizados da nossa classe que estão hoje nos telemarketings, no emprego informal dos “infoproletários” e terceirizados. Devemos lutar pela construção de oposições sindicais filiadas à central que organizem a luta desses trabalhadores e trabalhadoras contra o a precarização, o desemprego e toda forma de preconceito!
  • Pela unidade das lutas dos setores oprimidos! Apoiar todas as lutas antiracistas, feministas, pela diversidade sexual e de gênero e dos povos indígenas, quilombolas e dos imigrantes! Abaixo o muro de Trump! Abaixo os campos de concentração de homossexuais na Chechênia!  Abaixo a exploração dos países pobres e oprimidos de todo mundo! Em defesa dos que migram contra a fome, a miséria e as guerras! Pela solidariedade internacional da classe trabalhadora e união dos povos explorados e oprimidos do mundo!

Imagem: greve d@s trabalhador@s de telemarketing no Rio de Janeiro, 2018.

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