RUIM para tod@s. PIOR para mulheres, negros e LGBTQIs.

Se para a maioria da classe trabalhadora a “reforma” da Previdência irá afetar drasticamente suas condições de vida, fazendo com que nossa classe trabalhe sem ter a certeza de que irá se aposentar, para alguns setores da população mais pobre e oprimida (mulheres, negros e negras e LGBTQIs), a “reforma” será ainda mais cruel. Veja na tabela como estes setores já são os mais explorados pelos patrões:

Situação Homens Mulheres
Desempregados/as 7% (brancos) 13% (negras)
Empregados/as sem
carteira assinada
12% 16%
Renda média mensal R$ 2.510,00 (brancos) R$ 1.028,00 (negras)
Horas por semana
dedicadas ao
trabalho doméstico
10h 24h
Dependentes de
pensão por morte
16% 84%
Pessoas que se
aposentaram por
idade em 2017
37% 63%

Já na Previdência atual, estes setores não conseguem reunir tempo de contribuição e de trabalho, com salários dignos para aposentadoria digna. Com a reforma de Bolsonaro ficarão ainda mais desamparad@s:

 # 7,6 milhões de pessoas (84% mulheres) receberam pensões, em 2017; com a “reforma” o valor da pensão para a viúva (que hoje é de 100% do salário do marido falecido) será reduzido para 60%, mais 10% para cada filho/a menor de 21 anos, até o limite de 100%.

  # A precarização e o desemprego atingem principalmente as mulheres que tem filhos/as pequenos/as, porque os patrões evitam contratá-las.

 #  Mulheres com 60 anos de idade conseguem se aposentar atualmente com uma média de 16 anos de contribuição, mas com o aumento do tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos e da idade mínima para 62 anos, terão que trabalhar mais tempo para se aposentar. Nesta situação se encontram principalmente empregadas domésticas e trabalhadoras de contrato temporário e sem carteira assinada.

O Brasil é o país mais violento do mundo para pessoas LGBTTQIs, sobretudo para as mais pobres. Um LGBTTQI é morto a cada 27h e a estimativa de vida de uma pessoa Trans ou Travesti não passa dos 35 anos, bem longe dos 62 ou 65 anos de idade para se aposentar que a “reforma” quer impor. Além disso são discriminados/as nas entrevistas de emprego e nos locais de trabalho, o que leva muitos/as ao desemprego, ao trabalho informal (sem carteira) ou até mesmo ao trabalho escravo sexual da prostituição.

Refletir sobre esta realidade dos setores oprimidos é refletir sobre a desigualdade que assola e divide homens e mulheres, brancos e negros da nossa classe trabalhadora através da opressão machista, racista e lgbtfóbica.

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