“Reforma” da Previdência é o fim da aposentadoria
62 anos de idade para a mulher e 65 anos para o homem se aposentar, e com apenas 60% do valor do salário. Exemplo: pelas regras atuais um trabalhador com 65 anos de idade e 20 anos de contribuição, que ganha em média 2 salários mínimos (R$ 1.996,00), se aposenta com 90% do salário (R$ 1.796,40); com a “reforma”, ele aposentará com apenas R$ 1.197,60, ou seja, com R$ 598,80 a menos!! Para se aposentar com o valor total do salário teremos de contribuir durante 40 anos! O que é praticamente impossível por causa do desemprego, “bicos” sem carteira assinada e as firmas não pegando quem tem mais de 40 anos de idade. É o fim da aposentadoria para as jovens gerações! E para os idosos de baixa renda, o benefício será de apenas R$ 400!
Soldados, cabos e sargentos também serão prejudicados

Muitos militares votaram em Bolsonaro na esperança de que ele defenderia seus direitos, mas eles também estão sendo atacados pela “reforma” do capitão. Os soldados, que hoje não contribuem, passarão a ser taxados com 14%; o mesmo vai acontecer com as pensões das mães, esposas e filhas de militares mortos; o tempo mínimo de contribuição passa de 30 para 35 anos. A insatisfação nos quartéis é grande também por causa dos privilégios dados aos generais e altas patentes para compensar as perdas com a “reforma”.
Desemprego e pobreza

O mundo (e o Brasil junto) está à beira de uma nova recessão, como ocorreu em 2009, ou pior ainda. Neste ano a economia brasileira ficará estagnada em torno de 1% de crescimento. 18 milhões de pessoas estão desempregadas e o desemprego não para de crescer. O salário mínimo, reajustado em R$ 44, vale agora R$ 998, e segue sendo um salário miserável (de acordo com a lei, o mínimo deveria ser de R$ 4.277,00, segundo o DIEESE). A inflação dos alimentos, aluguéis e transporte está insuportável! Quase metade da população não tem rede de esgoto e aumentam as doenças como sarampo e dengue. O Brasil segue sendo o campeão da desigualdade social: os 10% mais ricos ficam com 43% da riqueza e os 40% mais pobres com apenas 12%. Esta dura realidade prova que a “reforma” Trabalhista, os cortes de direitos e de investimentos públicos estão destruindo o país.
Privilegiados são os patrões e os donos do poder

A campanha do governo na mídia diz que a «reforma» da Previdência vai combater os privilégios. Será mesmo? Bolsonaro diz que “os trabalhadores têm de escolher entre ter direitos ou emprego”; Rodrigo Maia diz que “todo mundo pode trabalhar hoje até os 80 anos”; e Paulo Guedes chama os trabalhadores aposentados de privilegiados. É muita cara de pau!!
Eles é que são os privilegiados: Bolsonaro passou para a reserva (quer dizer, parou de trabalhar) quando foi eleito vereador aos 33 anos de idade. Maia, presidente da Câmara de Deputados, recebe salário de R$ 33,7 mil e R$ 4,2 milhões por ano para despesas de gabinete, e mais um monte de mordomias. Guedes é um banqueiro bilionário que quer acabar com a Previdência pública para ganhar mais dinheiro com a previdência privatizada e capitalizada.
Empresas e governos deram calote de R$ 500 bilhões na Previdência
Centenas de empresas e governos não depositaram a alíquota patronal de 8% e descontaram 11% do salário dos funcionários e não repassaram ao INSS. Este é o “rombo” da Previdência que deveria ser cobrado pelo governo. Veja a lista de alguns caloteiros:
JBS | R$ 2,395 bilhões |
MARFRIG | R$ 1,162 bilhão |
Universidade Mackenzie | R$ 789 milhões |
Teka | R$ 743 milhões |
Prefeitura de São Paulo | R$ 614,7 milhões |
Caixa Econômica Federal | R$ 589,3 milhões |
Bradesco | R$ 575 milhões |
ECT-Correios | R$ 443,8 milhões |
Governo do Estado do Rio | R$ 433,1 milhões |
Volkswagen | R$ 376 milhões |
Viação Itapemirim | R$ 347,5 milhões |
Vale | R$ 308,5 milhões |
Santander | R$ 218,4 milhões |
Banco do Brasil | R$ 209,9 milhões |
Lojas Americanas | R$ 188,2 milhões |
Oi | R$ 176,9 milhões |
FORD | R$ 167,1 milhões |
Governo do Estado de SP | R$ 156,3 milhões |
Ricaços dão apoio a Bolsonaro e Mourão

Mega-empresários como os donos da Riachuelo e da Havan foram levar seu apoio à “reforma” da Previdência e pediram a Bolsonaro mais ataques aos direitos da classe trabalhadora. Eles montaram um escritório no Congresso para fazer “lobby”, quer dizer, comprar o voto dos deputados e senadores para aprovarem a “reforma”. O vice, general Mourão, também foi aplaudido de pé na FIESP por 600 maiores empresários da indústria quando propôs que o salário mínimo seja reajustado abaixo da inflação e que haja menos impostos para os ricos.