Por Chan Kin Con
A visita, no mês de março, de Bolsonaro e sua trupe ao imperialismo dos EUA não prometia grandes novidades. O desejo colossal de se parecer com um Donald Trump dos trópicos faz, na prática, se parecer a uma cópia falsificada, e como tal, um capacho ambulante que entrega o Brasil de presente ao imperialismo. O “clã Bolsonaro”, como parte decadente da burguesia brasileira, apoiada em aventureiros e criminosos milicianos e vigaristas políticos de todo o tipo, fez o salão de cerimônias para a entrega da soberania nacional.
É o caso da base militar de lançamento de foguetes espaciais de Alcântara, no Maranhão, que agora os EUA poderão utilizar da forma mais ampla possível, com sigilo militar, para ações científico-militares, tornando o território e o povo brasileiro alvo de ataques militares.
A possibilidade de um acordo de livre comércio com os EUA, em que o Brasil não ganha nada, começa a se desenvolver rapidamente com a liberação do comércio de automóveis e autopeças com o México, onde estão instaladas boa parte das montadoras dos EUA, pagando salários miseráveis às operárias e operários mexicanos. Recentemente, milhares de operários e operárias das chamadas «maquiladoras» fizeram greve, em Matamoros. O muro que divide o México dos EUA separa a classe trabalhadora mexicana, mas não impede a circulação das mercadorias produzidas por ela.
A autorização de visto turístico sem controle e fiscalização para qualquer cidadão dos EUA entrar no Brasil, sem contrapartida, é apenas uma provocação barata. Por que a classe trabalhadora e o cidadão comum brasileiro não podem ter o mesmo direito nos EUA? O ex-ministro da educação, Ricardo Vélez, já tinha rebaixado os brasileiros ao status de “ladrões de poltrona de avião”. O governo Bolsonaro, em sintonia com Trump, ataca os direitos dos cidadãos do seu próprio país, o que só pode ser explicado pelo seu grau de subordinação aos interesses do imperialismo.
O mais grave é abrir espaço do território nacional para a presença de forças militares dos EUA, inclusive para provocar um golpe na Venezuela e roubar o petróleo deste país. A visita do “capacho aos pés do seu dono” tem como objetivo assentar a política de coordenar a presença do imperialismo dos EUA na América do Sul e retirar todos os direitos sociais e as liberdades democráticas da classe trabalhadora sul americana.
Por tudo isso, Bolsonaro foi tripudiado no Chile por elogiar um ditador facínora como Augusto Pinochet, e está sendo questionado pelos povos palestinos e árabes por cumprir as ordens de Trump defendendo a capital israelense em Jerusalém, ignorando os palestinos que lá vivem, moram e trabalham.
FORA O IMPERIALISMO DO BRASIL, DA AMÉRICA DO SUL E DE TODO O MUNDO!
CONTRA A INTERVENÇÃO IMPERIALISTA NA VENEZUELA ORQUESTRADA POR TRUMP E GUAIDÓ!
UNIDADE DA CLASSE TRABALHADORA CONTRA AS BURGUESIAS NACIONAIS, LACAIAS DO IMPERIALISMO!