Por Chan Kin Con
Há quase 150 anos, nasce a letra que denunciava as mazelas e opressões do Capitalismo. O Capitalismo surgia perante a humanidade como algo que transformaria brutalmente um mundo bem conhecido em outra coisa, seu oposto; fez surgir imensas cidades industriais abarrotadas de camponeses forçados a sair do seu mundo rural vivido ao longo dos séculos de Feudalismo, e tornando-os em uma nova classe social, a classe do proletariado assalariado moderno.
Tudo isso, na verdade, seria uma grande síntese ou resumo das classes sociais do passado como diria o próprio Marx. A classe burguesa moderna também; misto de grandes industriais e grandes banqueiros teria como parte da sua classe dominante os privilegiados do passado, os altos funcionários do Estado dos “novos patrões”, juízes de uma justiça a favor dos burgueses modernos contra a classe do proletariado moderno. Os militares de alta patente, os generais e bem condecorados nas guerras do passado que se mantêm aliados aos burgueses modernos, agora para massacrar a classe trabalhadora moderna dos campos e das cidades em nome do “capital e do dinheiro dos novos e velhos ricos”.
Foi o que fizeram contra o governo da classe trabalhadora sem patrões que surgiu na “Comuna de Paris” de 18 de março a 28 de maio de 1871. Todos os poderosos: burgueses ricos, reis e monarcas, grandes proprietários de terras se aliaram na França e na Prússia (atual Alemanha unificada) para impedir a primeira experiência de governo da classe que vive do trabalho, sem patrões. Eram odiadas as operárias, operários, pequenos comerciantes, a classe trabalhadora e o povo pobre e os soldados de baixa patente porque ousaram colocar seus direitos, pela primeira vez na história, na ordem do dia e na prática. Acabar com os privilégios dos altos funcionários, juízes e políticos, reduzindo os seus salários ao de uma operária ou operário especializado; fim do trabalho noturno nas padarias; eleição e destituição a qualquer momento de todos os cargos políticos e públicos; reorganização da educação para todas e todos e armamento de todo o povo para se defender dos criminosos da bolsa cheia de dinheiro dos governos da França e da Prússia.
O massacre da Comuna de Paris, em maio de 1871, e a letra canção da Internacional, nos é atual ainda pelos mesmos motivos, em todos os lugares do mundo e no Brasil. O uso de dois exércitos, o da própria França, aliado ao da Prússia, mostra, em primeiro lugar, que os poderosos e ricos do mundo se unem contra os pobres e a classe trabalhadora, como vemos hoje na atitude serviçal do governo Bolsonaro perante o governo imperialista dos EUA de Trump e a política “anticrime” de Sérgio Moro que autoriza as Forças Armadas fiéis ao governo a matar pobres e possíveis opositores políticos.
Nós devemos também nos unir mundialmente para derrotar os grandes capitalistas e patrões. Contra o muro que impede a classe trabalhadora de entrar nos EUA e a luta contra a intervenção militar na Venezuela para roubar petróleo. A outra experiência importante é que o menor direito levantado pela classe trabalhadora pode crescer e se espalhar, e fazer a vida da classe trabalhadora melhorar e ser feliz, e diminuir o lucro e a riqueza dos ricos e poderosos. O que vivemos hoje em todo o mundo e no Brasil, é a tentativa do retorno das desgraças do Capitalismo do passado nas nossas costas, da classe trabalhadora, retirando-nos todos os direitos conquistados de lá até agora. Aí vemos a “reforma” trabalhista feita por Temer, em 2017, que, ao ele ser preso, deveria ser revogada imediatamente. E a reforma da previdência do governo Bolsonaro que quer que tod@s morram trabalhando sem se aposentar.
– A melhor reforma é cobrar toda a dívida dos grandes capitalistas e patrões que devem à previdência mais de 500 bilhões de reais.
–Devem e ganham muito dinheiro com os lucros do nosso trabalho. Que os ricos paguem o que devem!!!
– A classe trabalhadora tem o direito de se defender dos ricos e seus capangas. Aliança da classe trabalhadora da cidade e do campo e os soldados das forças armadas.
-Por um governo da classe trabalhadora sem patrões. Sigamos o exemplo e a lembrança da Comuna de Paris de 1871.
(*) trecho da canção da “Internacional”, escrita por Eugène Pottier, em 1871, na Comuna de Paris