BELA, HEROICA E TRÁGICA:
uma homenagem à águia do socialismo internacional
por J. Santana
Custa a acreditar que chegamos aos 100 anos do assassinato de Rosa Luxemburgo. Os indivíduos envolvidos em seu assassinato, a corja militar da extrema-direita alemã, com a conivência do governo social-democrata (umas das primeiras Frentes Populares da História), ficaram impunes. Resta-nos o consolo de que a ordem social capitalista, tanto defendida por aqueles lacaios da burguesia, e motivo real do assassinato de Rosa, logo será mandada para a lata de lixo da História, uma vez que esses mesmos lacaios para lá a muito tempo já foram enviados. Quem se lembra dos nomes dos oficiais do exército alemão envolvidos no assassinato de Rosa? Quem se lembra dos dirigentes da social-democracia, serviçais da burguesia que, para preservar a ordem do capital, pediram a cabeça de Rosa?
O velho líder da Revolução Russa, Leon Trótski, disse que Rosa entrará para a História como uma imagem “bela, heroica e trágica”. Sim, a mais bela e generosa entra as figuras do socialismo internacional, que ao sair da prisão, em 1918, no calor do processo revolucionário alemão, num dos primeiros textos escritos após sua liberdade, lembrou-se do juramento que fez às presas do presídio onde esteve encarcerada: “exigir do novo governo alemão a anulação da pena de morte!”. Heroica por ter a coragem de lutar contra o militarismo alemão no início da Primeira Guerra Mundial e contra a traição dos dirigentes de seu próprio partido, que apoiaram a matança mundial. E, por fim, trágica porque teve seu nome vinculado a uma revolução que foi derrotada.
Num de seus artigos, Rosa alertava que o caminho da classe trabalhadora estaria mercado por terríveis sofrimentos (infelizmente, a história do século XX confirmou sua análise), mas se a classe trabalhadora não tiver desaprendido a apreender, então venceremos. Na atual situação mundial vivida pelo conjunto da classe trabalhadora, que luta contra a retirada de direitos e contra a ascensão ao poder da extrema-direita em diversas partes do mundo, temos certeza que a imagem bela, heroica e trágica de Rosa Luxemburgo, será um ponto de apoio para a classe trabalhadora compreender e transformar a nova realidade.