Os 80 anos da Quarta Internacional

Na foto: Leon Sedov, Leon Trótski, James P. Cannon, Ernest Mandel, Nahuel Moreno, Pierre Lambert

Por J. Santana

A Quarta Internacional, também conhecida como Partido Mundial da Revolução Socialista, ou simplesmente, “A Internacional”, foi fundada em Setembro de 1938. Foi, no início, formada por pequenos partidos e grupos de revolucionários espalhados pelo mundo. Tinha como um de seus objetivos preservar a herança revolucionária das outras Internacionais que a antecederam, mas que se degeneraram. Outro objetivo era a luta contra o maior aparato contrarrevolucionário da história: o stalinismo, que havia traído a Revolução Russa de 1917 e a Revolução Mundial.

O programa de fundação da Quarta Internacional, chamado de “Programa de Transição”, foi escrito pelo seu militante mais destacado e experiente: Leon Trótski. Este programa sintetiza as tarefas mais importantes para a luta da classe trabalhadora contra o imperialismo, o fascismo e a burocracia stalinista. Em Agosto de 1940, Leon Trótski foi assassinado por um agente secreto a mando do ditador da então União Soviética, Joseph Stálin – o coveiro da revolução socialista mundial.  A Quarta Internacional era então perseguida no mundo inteiro, tanto pelos governos nazifascistas, quanto pela ditadura burocrática da União Soviética. Seus militantes eram presos e fuzilados nos campos de concentração da Alemanha nazista de Hitler e nos campos de trabalho forçado de Stálin, na Sibéria.

Durante e após a Segunda Guerra Mundial, a nova direção da Quarta Internacional, que assumiu após a morte de Trótski, era jovem e inexperiente. Devido a isso, cometeu muitos erros, o que explica a sua divisão que perdura até hoje.

As duas correntes mais importantes da Quarta Internacional são o “mandelismo”, que tem como teórico mais importante o belga Ernest Mandel, e o “morenismo”, qual o GOI reivindica, que tem no argentino Nahuel Moreno seu principal dirigente e teórico. Existe ainda outra corrente que merece ser destacada, ainda que bem mais fraca que as outras duas: o lambertismo (cujo dirigente foi o francês Pierre Lambert).

Passados 80 anos de sua fundação, a Quarta Internacional ainda é pequena e tem pouca influência no movimento de massas. Em parte, isso se deve a sua divisão, que ainda não foi superada. No entanto, o principal motivo de sua marginalidade é a força dos aparatos contrarrevolucionários da social democracia e dos herdeiros do stalinismo, que dirigem as organizações majoritárias da classe trabalhadora e são agentes da burguesia no interior da nossa classe.

O aparato contrarrevolucionário stalinista, que tinha sede em Moscou e governava a União Soviética, não existe mais. Foi derrubado por um importante movimento de massas nos anos de 1989 a 1991. Mas, o seu lugar foi tomado por direções burguesas. O motivo da existência da Quarta Internacional, que é acabar com a exploração capitalista no mundo, continua atual.

Nós do GOI – Grupo Operário Internacionalista, que somos parte desta corrente mundial, fazemos nosso o lema escrito no ‘Manifesto de Fundação da Quarta Internacional’: Este é o nosso programa. Proletários do mundo, não há outra saída que unir-se sob o estandarte da Quarta Internacional.”

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