No dia 1º de maio milhares de trabalhadoras e trabalhadores se manifestarão em todo o mundo. A luta dos mártires de Chicago segue viva através das gerações, e assim será até colocarmos fim à exploração e à opressão capitalista, construindo a sociedade socialista.
A luta dos operários do século XIX pela jornada de 8 horas e contra as condições desumanas de trabalho impostas pelos empresários é a mesma que fazemos hoje contra o desmonte dos direitos trabalhistas e previdenciários, a terceirização e a precarização. Nossa luta contra a “austeridade imperialista”, que eles chamam de “reformas”, acontece no Brasil contra Temer, na Argentina contra Macri, na Nicarágua contra Ortega, na França contra Macrón, na Grécia contra o traidor Tsipras e em dezenas de outros países.
A repressão dos governos burgueses que levou ao enforcamento dos oito operários de Chicago, em 1886, segue sendo a regra em todo o mundo. Marielle e Anderson e centenas de ativistas foram assassinados no Brasil nos últimos anos; assim como Santiago Maldonado e Rafael Nahuel, na Argentina e os 43 estudantes de Iguala, no México, em 2015 (nunca esqueceremos!). Crimes até hoje impunes!
A luta da classe trabalhadora é internacional. A expressão mais elevada desta luta acontece na Síria, onde o povo enfrenta de armas na mão a ditadura genocida de Assad, sustentada pelo imperialismo da Rússia de Putin e tolerada pelo imperialismo dos Estados Unidos, França e Reino Unido. A luta heroica do povo palestino pela retomada de seu território segue firme, enfrentando a repressão cotidiana do estado nazista de Israel.
No Brasil, as trabalhadoras e trabalhadores seguem sendo massacrados pelo desemprego, por empregos com salários miseráveis e sem direitos, pelos cortes de direitos das categorias mais organizadas, pelo martírio cotidiano nos ônibus, trens e metrôs, nas filas dos postos de saúde e hospitais, nas filas do “Minha Casa, Minha Vida”, enquanto pagam aluguéis caríssimos.
A resistência da nossa classe se faz sentir com as greves das/os professoras/es e funcionários públicos do município de São Paulo que fez recuar a reforma previdenciária de João Dória/PSDB e a greve das professoras da Educação Infantil de Belo Horizonte. A resistência contra a repressão, o machismo, o racismo e a lgbttfobia se expressou nos atos do 8 de Março e por Marielle.
Contudo, nossa luta segue dispersa e dividida por responsabilidade da política de conciliação com os patrões e os governos aplicada pelas principais direções do movimento sindical e popular do país (CUT, Força Sindical, MST, etc) e pelos principais partidos que falam em nome da classe trabalhadora (PT e PC do B). O movimento contra as reformas trabalhista e da previdência de Temer, que levou à greve geral de 28 de abril 2017, foi desmontado por estas direções. A burocracia sindical priorizou as negociações com Temer para salvar o imposto sindical. Lula disse que não era hora de derrubar Temer e que os trabalhadores deviam esperar as eleições deste ano para reelegê-lo presidente. O resultado desta política desmobilizadora é que Temer segue no Planalto e a burguesia segue atacando nossos empregos, salários e direitos.
Pela unidade dos trabalhadores, sem patrões. Lula presidente. Boulos vice. Fora Temer e suas reformas
Para impor seus planos de “austeridade” ditados pelo imperialismo, os patrões precisam de um governo que dê continuidade ao ataque sem tréguas de Temer contra nossos direitos, e que avance nas medidas autoritárias para derrotar nossa resistência. Vários candidatos à presidência disputam o apoio da burguesia para cumprir esta tarefa: Alckmin, Bolsonaro, Marina, Ciro Gomes, Barbosa, etc.
O GOI defende a construção de uma frente da classe trabalhadora, sem patrões, para enfrentar a ofensiva burguesa nas lutas e nas eleições. Uma chapa presidencial com Lula presidente e Boulos vice, unificando assim os dois principais partidos (PT e PSOL) e as duas principais lideranças das lutas da nossa classe. Esta frente classista reuniria em torno de si a ampla maioria das trabalhadoras e trabalhadores e dos ativistas das lutas para enfrentar e derrotar a ofensiva dos grupos da ultradireita e do fascismo que apoiam a farsa autoritária da “Lava Jato” do juiz Moro e a campanha do capitão Bolsonaro.
Está nas mãos de Lula e do PT forjar esta frente classista. Contudo, mesmo na prisão, Lula segue com sua política de unidade com a burguesia, confiando nas manobras de Gilmar Mendes no Supremo Tribunal Federal para obter sua liberdade e costurando novas alianças eleitorais com políticos burgueses traiçoeiros como Ciro Gomes, Requião e Renan Calheiros, e grandes empresários como Josué Gomes, para dar uma saída de governo para o país. É esta unidade de Lula e do PT com a burguesia que divide e impede a unidade da classe trabalhadora.
Por isso, chamamos as trabalhadoras e trabalhadores que confiam em Lula, os militantes petistas de base que não estão corrompidos pelos aparatos sindicais e parlamentares, a exigir de Lula e do PT que rompam suas alianças políticas com a burguesia e os partidos patronais.
Fazemos um chamado a Guilherme Boulos, do MTST e às correntes do PSOL que assumam esta luta por uma frente classista nas lutas e nas eleições. Não basta defender a liberdade de Lula. É preciso exigir que ele rompa suas alianças com a burguesia e construa a unidade da classe trabalhadora.