Nota conjunta da CTR/Argentina e do GOI/Brasil – 17/4/2018
A CTR – Corrente de Trabalhadores Revolucionários, da Argentina, e o GOI – Grupo Operário Internacionalista, do Brasil, repudiam os bombardeios promovidos pelos Estados Unidos, Reino Unido e França sobre a Síria, em 13 de abril passado. Trata-se de uma agressão imperialista que tem como único objetivo fortalecer as posições da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) no território sírio para estrangular as forças revolucionárias que lutam contra o regime de Assad. A primeira ministra britânica, Theresa May, deixou isto evidente ao declarar que “o objetivo da ofensiva não é interromper a guerra civil, nem derrubar o regime de Assad”.
No dia 7 de abril, a aviação de Assad fez um ataque com armas químicas sobre o bairro rebelde de Duma, em Damasco, matando entre 40 e 100 pessoas e ferindo cerca de 500, entre elas muitas crianças. Este novo atentado genocida de Assad foi mais uma vez acobertado por seus aliados Putin, da Rússia, os aiatolás do Irã e as lideranças do Hezbollah, que são corresponsáveis pelos crimes de Assad e por sua permanência no poder. Mas, a matança em Duma recebeu o repúdio de milhões de pessoas em todo o mundo.
Trump aproveitou este justo sentimento de solidariedade dos trabalhadores e povos oprimidos com os insurgentes sírios para fazer demagogia, afirmando: “A pergunta que eu faço ao Irã e à Rússia é: que nação quer estar associada a um regime que mata mulheres, crianças e homens de forma massiva?”. O magnata autoritário, racista, machista e xenófobo Donald Trump tenta posar de defensor dos fracos e oprimidos, e pintar os Estados Unidos, o Reino Unido e a França como “nações civilizadas” que lutam pela paz. Nada mais falso! Os Estados Unidos e seus aliados europeus são países imperialistas responsáveis pelo genocídio atômico de Hiroshima e Nagasaki, por inúmeras guerras contra os povos oprimidos, como no Vietnã, Iraque e Afeganistão, pelo financiamento e armamento de grupos “terroristas” como a Al Qaeda e o Estado Islâmico, e pelo apoio a ditaduras sanguinárias como a de Pinochet, no Chile, as dos militares no Brasil e Argentina, a de Papa e Baby Doc, no Haiti, entre tantas outras pelo mundo afora.
A guerra civil na Síria é resultado da luta da maioria do povo sírio pela derrubada da ditadura assassina de Assad. É parte da revolução dos povos árabes que começou com a Primavera Árabe, que, apesar de sufocada neste momento, ainda não terminou. É resultado da histórica e justa luta do povo curdo por seu território roubado pelas burguesias da Síria, da Turquia, do Irã e do Iraque, a mando do imperialismo. É parte também da luta heroica do povo palestino contra o Estado racista de Israel por uma Palestina livre, laica e democrática. É parte da luta de todos os povos oprimidos pelo imperialismo e de todos os trabalhadores e trabalhadoras do mundo contra a exploração capitalista.
As forças vivas da revolução síria se encontram nas centenas de milícias e comitês populares auto-organizados nas cidades e bairros rebeldes, na região curda e demais áreas sublevadas em todo o país, que lutam de armas na mão contra Assad e contra as forças imperialistas que invadiram a região para garantir seus próprios interesses estratégicos e econômicos. Se ainda não conquistaram a vitória é por responsabilidade de suas direções burguesas e reformistas que não são consequentes na luta contra Assad e na independência em relação ao imperialismo.
Abaixo a ditadura genocida de Assad!
Fora as tropas do imperialismo e seus aliados (Estados Unidos, Rússia, Turquia, Irã, Hezbollah) do território da Síria!
Pela vitória das milícias e comitês populares auto-organizados!
Pela solidariedade ativa da classe trabalhadora mundial aos lutadores e lutadoras da revolução síria!
O morenismo vai de mal a pior. Tornaram-se os seguidores de “esquerda” da geopolítica da Casa Branca. O artigo é de uma confusão irresoluta! Ainda “acreditar” nesse mito imperialista da chamada Primavera Árabe é cair nas piores das vulgaridades; é tornar-se na prática, apologistas dos planos neocolonizadores do verdadeiro genocida localizado no norte global. Essa reprodução horrorosa do que há de pior da política direitista do PSTU é não só um rompimento pelo vértice com o verdadeiro legado do bolchevismo e do trostskysmo, mas também em essência, equivale a passar para o lado imperialista da barricada! É a morte política do irracionalismo morenista a vista.
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