Desde a Corrente de Trabalhadores Revolucionários rechaçamos e repudiamos a prisão do ex-Presidente Lula da Silva.
As liberdades democráticas, conquistadas pelas lutas dos trabalhadores e o povo durante anos, estão sendo atacadas.
Uma onda repressiva está tentando acabar com os direitos e as liberdades de expressão em todo o mundo. Perseguindo e, em alguns casos, assassinando a dirigentes sindicais, sociais e políticos, como recentemente fizeram com a vereadora Marielle Franco no Brasil. Governos como o de Rajoy na Espanha, que manda reprimir o povo da Catalunha, Santos na Colômbia, que assassina lutadores sociais, Honduras com toques de recolher e militarização do país, México, onde Peña Nieto aprovou a Lei de Segurança Nacional para reprimir o povo. Na Venezuela, o governo de Maduro reprime manifestantes e mata o povo de fome, em nome de um falso Socialismo, enquanto negocia pelas costas com a oposição e o imperialismo americano, no lugar de expropriar todas as propriedades das multinacionais e não pagar a dívida externa para dar pão a um povo faminto. Aqui na Argentina, o governo de Macri saqueia os aposentados, demite trabalhadores, aumenta o preço dos serviços com impostos, mata lutadores como Santiago Maldonado, Rafael Nahuel, avançando com a Doutrina Chocobar e a impunidade para os genocidas de ontem e de hoje.
A causa de tudo isto é a enorme crise econômica mundial capitalista, que está acarretando guerras e enfrentamentos, em todas as partes, dos trabalhadores e os povos para não perder suas conquistas. Uma resistência feroz ao saqueamento e decadência capitalista, como nos Estados Unidos com os professores ou os jovens contra o armamentismo. No Irã contra a decadência no nível de vida. A greve dos professores no Brasil. Enfim, de um lado ao outro do planeta, uma onda de resistência responde aos ajustes e cerceamentos democráticos.
A prisão de Lula se explica como parte deste avanço contra nossos direitos, que desde o imperialismo americano e a burguesia brasileira, querem tirar Lula e o PT da jogada, pois estes são uma trava para seus planos de flexibilização e ajuste. Necessitam alguém que não tenha nenhum compromisso com os trabalhadores, que não seja pressionável e não lhes ponham condições a seu plano econômico contrarrevolucionário. Apesar de que Lula e o PT quando governaram não terem tocado na propriedade capitalista, seguiram pagando a dívida externa, mantiveram a precarização do trabalho, permitindo aos empresários continuarem seus grandes negócios e também se envolvendo nos esquemas; para a política imperialista e seus lacaios nacionais brasileiros não lhes servem mais nem Lula e muito menos o PT, ligado aos sindicatos, que podem ser um ponto de resistência para o qual se dirijam os trabalhadores para se organizarem e atropelarem estes aparatos no processo de mobilização. Por isso, o objetivo é liquidar os sindicatos e todas as conquistas sociais e sindicais, escravizar os trabalhadores, fazendo-os retroceder mais de um século atrás.
Nós não depositamos nenhum pingo de confiança em Lula, nem em sua política que até agora tem traído os interesses da classe trabalhadora, que teve acordo com a precarização e os negócios capitalistas. Porém, defendemos sua liberdade e o direito de se candidatar nas eleições. Denunciamos a farsa da justiça burguesa de um suposto combate à corrupção. Que busca legitimar um regime podre e corrupto. Os capitalistas não têm nenhum direito de julgar a um dirigente operário, mesmo que seja um traidor. Somente a classe trabalhadora pode julgar Lula. Por isso chamamos uma CAMPANHA INTERNACIONAL PELA LIBERDADE DE LULA DA SILVA.
Chamamos o PT e a CUT para que convoquem urgentemente a ocupar as ruas e convoquem todas as centrais sindicais e demais partidos do campo popular a defender a liberdade de Lula com uma Greve Geral e uma grande mobilização em todo o país como parte de um Plano de Lutas contra o governo reacionário de Temer e para colocar abaixo as reformas antioperárias. Pela formação de uma comissão independente integrada por organizações sindicais e de direitos humanos para investigar e punir os responsáveis pelo assassinato da vereadora Marielle Franco. Por comitês de autodefesa para enfrentar os ataques da ultradireita bolsonarista e da Polícia Militar.