É num contexto de aprofundamento da crise econômica, social e política que Lula apresenta sua candidatura à presidência como saída para a solução dos problemas do povo trabalhador, reacendendo as esperanças de milhões de trabalhadoras e trabalhadores por um governo que esteja ao lado dos explorados e oprimidos.
Mas, o que faz Lula com esta força que vem dos setores mais conscientes e organizados da nossa classe? Estende a mão aos exploradores e opressores da classe trabalhadora, aliando-se a Alckmin e outros políticos e partidos patronais.
Desta forma, Lula engana as trabalhadoras e trabalhadores que confiam nele, porque não é possível governar para o povo trabalhador se aliando aos patrões e seus representantes políticos. Os governos de Lula e Dilma no passado já mostraram que sem combater os privilégios e a ganância dos patrões não dá pra fazer as mudanças estruturais necessárias para melhorar a vida do povo trabalhador.
Não dá pra atender as necessidades de moradia popular governando junto com Alckmin, que destruiu o bairro do Pinheirinho, quando era governador de São Paulo.
Não dá pra fazer a Reforma Agrária e defender as terras indígenas e quilombolas governando junto com latifundiários e usineiros do tipo de Sarney e Renan Calheiros.
Não dá pra revogar as reformas da previdência, trabalhista e demais leis anti-trabalhadores se aliando aos partidos e políticos que ajudaram Temer e Bolsonaro a aprová-las.
Não dá pra defender as liberdades democráticas contra o bolsonarismo e o fascismo se aliando à burguesia que promoveu o golpe contra o governo Dilma e colocou Bolsonaro no poder.
É por isso que as trabalhadoras e trabalhadores que apoiam Lula devem exigir dele que rompa seus acordos e alianças com estes partidos e políticos patronais. Que faça um governo sem patrões! Que governe junto com os sindicatos, movimentos populares e camponeses, povos indígenas e coletivos da juventude, negras e negros, mulheres, LGBTQIA+ e imigrantes. Que governe junto com os explorados e oprimidos, para enfrentar os privilégios dos ricos e a dominação do país pelo imperialismo. Que faça uma coligação eleitoral apenas com partidos do campo operário e popular (PT, PSOL, PCdoB, PSTU, PCB, PCO, UP), com um vice do MST ou do MTST.

Chamado ao PSTU e a Esquerda do PSOL
O PSTU e algumas correntes e dirigentes da esquerda do PSOL (MRT, CST, LS, Plínio Sampaio Jr etc.) corretamente denunciam a política de Lula de aliança com a burguesia e apresentam um programa socialista como saída para a crise capitalista. Contudo, a tática de lançar uma candidatura própria à presidência isola o PSTU e estas correntes dos milhões de trabalhadoras e trabalhadores e dos ativistas de vanguarda que confiam em Lula e na sua política de colaboração de classes. E que o apoiam com o objetivo de tirar Bolsonaro do poder.
É preciso construir uma alternativa classista e socialista por dentro do movimento da classe trabalhadora que quer colocar Lula e o PT no poder, levantando a palavra de ordem classista de que Lula rompa com a burguesia e governe sem patrões. Desta forma, podemos acompanhar a experiência da classe trabalhadora com a política burguesa de Lula e do PT e seus aliados da “frente ampla”, construindo uma direção revolucionária para a ruptura com a burguesia e o imperialismo e para a revolução socialista.