Taboão faz aniversário: Políticos e empresários fazem a festa, mas trabalhadoras e trabalhadores pagam a conta.

Por Latoia

Taboão da Serra, importante cidade da Grande São Paulo,  cresceu em população, cresceu  em  arrecadação do IPTU,  verbas federais para  saúde, educação (FUNDEB) etc. …

Uma rápida passagem pelos bairros da cidade denuncia que Taboão da Serra está abandonada. Calçadas destruídas, sem que a prefeitura tome qualquer providência para que os proprietários as arrumem ou desocupem, sobretudo no comércio; a absurda quantidade de carros estacionados impedindo a passagem dos pedestres. O que dizer das pessoas com dificuldades de locomoção.

O transporte público é o pior da Grande São Paulo, senão do país: num município de apenas 20,5 Km² as tarifas são caríssimas, sem integração, com ônibus circulando apenas com motoristas, sem cobradores. Ônibus velhos, que demoram a passar e trafegam lotados sem nenhum conforto para passageiras e passageiros. A Viação Fervima-Pirajussara, que detém há décadas o monopólio dos transportes públicos no município, com os contratos de concessão sendo renovados automaticamente pela Câmara de Vereadores, segue acumulando milhões às nossas custas.

Os equipamentos públicos, como escolas e postos de saúde estão completamente deteriorados (com raríssimas exceções): goteiras, infiltrações, vazamentos, janelas emperradas, portas quebradas, pisos quebrados, torneiras quebradas. Os contratos milionários com a SPDM, o Planeta Educação, a Cavo (coleta de lixo) e outras empresas que prestam um péssimo serviço para a população, seguem sugando a maior parte dos impostos arrecadados e prestando, aprofundando a penúria das e dos que realmente trabalham no serviço público: o funcionalismo municipal.

A situação atual do Funcionalismo é a expressão mais cabal da falta de respeito do Governo Aprígio/Buscarini (Podemos-PSD-MDB) e da Câmara Municipal com a população trabalhadora taboanense. Em pleno século 21, mais da metade do funcionalismo recebe salários base abaixo do salário-mínimo nacional, e os demais salários estão congelados há décadas. Não bastasse isso, em 2021 o funcionalismo teve uma perda absurda com o aumento da contribuição previdenciária (que subiu de 11 para 14%) e com o corte sumário do 14º salário, direito praticado no município há três décadas. O valor da cesta alimentação é irrisório: 238 reais mensais. Não há pagamento de vale refeição nem de vale transporte.

Os desvios de função, funções não pagas, cortes de direitos e congelamento salarial permitem à prefeitura uma economia financeira que permite  esbanjar com altos salários para os cargos comissionados (livre nomeados), na sua maioria assediadores que transformam o cotidiano do funcionalismo num calvário.

Some-se a tudo isso as péssimas condições de trabalho: equipamentos velhos, degradados, falta de materiais, equipamentos e até, pasmem, artigos de higiene: sabonete, papel toalha, álcool em gel, papel higiênico, que as/os funcionárias/os são obrigados a levar de casa!

Hoje, 17 de fevereiro, a Câmara Municipal, Prefeito, Vice, Secretárias e Secretários, premiam algumas “personalidades” da cidade com a medalha 19 de fevereiro.

E para o Funcionalismo Municipal? Nem uma penca de bananas! Aliás, ela custa a cada dia mais caro, e tem sumido das mesas da classe trabalhadora, junto com a carne, o leite e outros itens essenciais, que  nossos salários (desvalorizados e congelados) não conseguem comprar.

Portanto a comemoração entre nós, trabalhadoras e trabalhadores deve ser com luta. No ano passado, o funcionalismo municipal realizou uma importante jornada de lutas, mostrando para a população a verdadeira realidade do funcionalismo municipal, assim como desvendando a verdadeira cara patronal e exploradora do governo Aprígio e dos vereadores. Neste ano temos de organizar lutas ainda maiores em defesa de nossos salários e direitos.   

Estas são as principais tarefas da luta do funcionalismo para este ano:

  • Organizar ainda mais o Funcionalismo nos locais de trabalho;
  • Fazer o boletim Informativo e de Denúncias;
  • Retomar o SindTaboão para que seja um sindicato ativo e de lutas, fazendo uma grande campanha de sindicalização e montando uma chapa de luta para concorrer às próximas eleições;
  • Fazer uma forte Campanha Salarial para que nossas reivindicações sejam atendidas pelo Governo até a nossa data base, em 1/5.

Sem lutar, a vida não vai mudar!

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