W. Ioffe
A ocupação simbólica da B2, a Bolsa de Valores de São Paulo, foi realizada no dia 23/9. As/os militantes do MTST, sob o lema: “$ua ação financia a nossa miséria” denunciaram o aumento do número de milionários no Brasil (mais 44 neste ano), enquanto 116 milhões de brasileiros não tem comida suficiente ou estão passando fome. E também apontaram Bolsonaro como responsável pela inflação galopante: “Tá tudo caro, a culpa é do Bolsonaro”.
Saudamos esta importante ação de denúncia dos capitalistas feita pelo MTST. A riqueza dos patrões é fruto da exploração do povo pobre e trabalhador. Não é possível acabar com a miséria da nossa classe sem acabar com os lucros e as propriedades dos capitalistas.
No dia da ocupação, a especulação dos burgueses na Bolsa não parou, subiu mais 1,59%. Para fazer tremer a burguesia e colocar pra Fora Bolsonaro, Mourão e o Congresso corrupto precisamos unificar as lutas da classe trabalhadora, dos sem-teto, dos povos originários e de todos os explorados e oprimidos, com nossos métodos de luta: greves, ocupações, trancamento de vias públicas, num grande protesto nacional.
Precisamos também conquistar um governo que governe com o povo pobre e para o povo pobre. Um governo que aplique as medidas anticapitalistas e socialistas para acabar com a fome, o desemprego e a falta de moradia. Um governo que ataque a especulação da Bolsa de Valores e faça os capitalistas pagarem pela crise que eles criaram e que está fazendo eles ficarem ainda mais ricos. Um Governo da Classe Trabalhadora, sem a participação dos capitalistas e de seus partidos e representantes políticos.
O apoio de Guilherme Boulos, principal dirigente do MTST, à política de Lula de coligação com partidos patronais para governar o país não é coerente com a denúncia dos capitalistas feita pelas/os militantes do MTST com a ocupação da B2.
É preciso que as/os militantes e simpatizantes do movimento reflitam sobre isso e exijam de Boulos que rompa com essa política de fazer um governo junto com os capitalistas da Bolsa de Valores.