Trabalhadores e trabalhadoras da Amazon, Walmart, FedEx, Instacart, Whole Foods e Target, grandes corporações sediadas nos Estados Unidos, estão convocando uma greve conjunta neste 1º de Maio de 2020. Segundo um dos organizadores da greve, Daniel Steinbrook, empregado da Whole Foods: “Estamos agindo em conjunto com os trabalhadores da Amazon, Target, Instacart e outras empresas no Dia Internacional do Trabalhador para mostrar solidariedade com outros trabalhadores essenciais em nossa luta por melhores proteções e benefícios na pandemia”.
O movimento denuncia que estas empresas estão obtendo lucros recordes às custas da saúde e da segurança de seus empregados durante a pandemia de coronavírus. Esta situação levou trabalhadoras e trabalhadores da Amazon a formar uma comissão independente para investigar as ocorrências do coronavírus em armazéns da empresa, já detectando pelo menos 500 ocorrências em 125 instalações. E a greve neste 1º de Maio ocorre na esteira de mobilizações e greves que vêm se intensificando nos Estados Unidos, a exemplo da greve de 10 mil trabalhadores da Amazon e da Instacart ocorrida há cerca de um mês. Lembramos que a data de 1º de Maio não é feriado nos Estados Unidos, por isso a greve.
A greve unificada dos trabalhadores e trabalhadoras estadunidenses é um exemplo a ser seguido em todo o mundo. Ela expressa o verdadeiro “espirito” do 1º de Maio como Dia de Luta Internacional da Classe Trabalhadora, colocando em prática a palavra de ordem do Manifesto Comunista: “Trabalhadores, uni-vos!”. Ao mesmo tempo, resgata dentro da mais importante nação imperialista a história dos mártires de Chicago, assassinados pelas mãos do estado burguês, cuja luta levou a IIª Internacional Socialista a estabelecer o 1º de Maio como dia da luta internacional da nossa classe. A luta destes trabalhadores e de milhões em todo o mundo mantém viva a chama da luta proletária contra os patrões e o imperialismo.
Mas, que contraste com o ato miserável do 1º de Maio no Brasil, convocado pelo PT e PCdoB, pelas maiores centrais sindicais (CUT, Força Sindical, CTB, CGTB, CSB, UGT, Intersindical, Nova Central e Pública) e pelo MST e Frente Brasil Popular. Além dos presidentes das centrais sindicais, movimentos e dos partidos que falam em nome da classe trabalhadora (Lula, Flávio Dino, etc), farão “lives” no “ato” o ex-presidente FHC, os presidentes da Câmara de Deputados, Rodrigo Maia (DEM), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM) e do Supremo Tribunal Federal, Dias Tófolli, além de Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede). Os governadores João Dória (SP) e Wilson Witzel (RJ) também foram convidados.
O “ato” que será realizado pela internet, tem como lema “Saúde, emprego e renda. Em defesa da Democracia. Um novo mundo é possível”. Quanta falsidade! Quanta hipocrisia! Falar em “defesa da saúde, emprego e renda” junto com Maia e Alcolumbre, responsáveis pela política dos miseráveis 600 reais aos trabalhadores informais, que até agora não chegou para milhões de necessitados! Responsáveis pela PEC da Morte que cortou recursos do SUS, levando hoje à morte de milhares de pessoas pela Covid-19! Responsáveis pelas “reformas” Trabalhista e da Previdência que cortou direitos, reduziu salários, precarizando as condições de trabalho e aumentando o desemprego e a miséria do nosso povo! Falar em “defesa da democracia” junto com FHC, sob cujo governo ocorreu o massacre de 19 sem terras em Eldorado dos Carajás! Falar na construção de um “novo mundo” junto com Dias Tófolli, representante mor da casta de parasitas decrépitos da “justiça” burguesa que persegue e condena milhões de jovens pretos e pobres!
Ao dar voz no dia mundial da luta da classe trabalhadora a estes carrascos do povo, Lula, o PT e o PCdoB ajudam (mais uma vez!) a burguesia e o imperialismo a enganar o povo, colocando em prática sua política de “frente ampla” com os patrões e seus partidos e políticos corruptos, que querem construir como alternativa de governo patronal para substituir Bolsonaro nas eleições de outubro de 2022! Até lá, esta “frente ampla” propõem que aguentemos a pregação fascista de Bolsonaro e as medidas genocidas de seu governo de generais, agiotas e fanáticos religiosos.
Este “ato” de 1º de Maio vergonhoso, verdadeira confraria de patrões exploradores, políticos corruptos e pelegos traidores, deve ser repudiado por todo trabalhador e trabalhadora consciente!
Saudamos o passo correto dado pela Frente Povo sem Medo, pelo PSOL e Guilherme Boulos (MTST) de romperem com a convocação do “ato” devido à participação dos representantes da burguesia. É necessário agora que se somem ao ato convocado pela CSP-Conlutas e Intersindical – Instrumento de Luta.
O GOI apoia a iniciativa da CSP-Conlutas/PSTU e da Intersindical – Instrumento de Luta, de convocar um ato em separado, independente dos patrões, classista e socialista. Apesar de não termos acordo em fazer um “ato online”.
Neste momento, milhões de trabalhadores e trabalhadoras estão sendo obrigados a se aglomerar no transporte público, nas empresas e hospitais, seja para manter serviços essenciais, seja para garantir o lucro dos patrões, sem ter as condições de segurança contra a pandemia garantidas pelas empresas e pelos governos. O ato de 1º de Maio deveria estar sendo feito com protestos nas ruas, preservadas as condições de segurança dos manifestantes. Da mesma forma que estão fazendo os trabalhadores e trabalhadoras dos Estados Unidos, uma luta real e não apenas virtual em defesa da saúde, empregos, salários e direitos. Este é o exemplo a ser seguido!
Viva o 1º de Maio de luta internacional da classe trabalhadora!
Fora Bolsonaro e Mourão!
Por um Governo da Classe Trabalhadora, sem patrões.
Que aplique um Programa Socialista em defesa do Emprego, Salário, Direitos e Terra.
Declaração do GOI (1º de maio de 2020)