#Bloqueios | Barrar o golpismo bolsonarista através da mobilização da classe trabalhadora

O GOI se soma ao chamado do MTST e de outras organizações para que as trabalhadoras, trabalhadores e o povo pobre vão às ruas para enfrentar e derrotar a escalada golpista do bolsonarismo, que através do bloqueio de estradas, pontes e avenidas tenta anular o resultado das eleições presidenciais que deram a vitória a Lula, ao mesmo tempo em que conclamam a um golpe militar para manter Bolsonaro no poder.

Neste momento, as manifestações são feitas por pequenos grupos de caminhoneiros e outros apoiadores de Bolsonaro. Contudo, o apoio tácito da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e das Polícias Militares abre caminho para que as manifestações cresçam em quantidade e radicalização. As consequências na economia e na circulação de pessoas já são visíveis.

Sem nenhuma dúvida os responsáveis pela baderna golpista são o próprio Bolsonaro, sua família e seus generais fascistas, como Heleno Nunes, do GSI, Braga Neto, seu vice nas eleições e outros. Os mesmos que tramaram a ação da PRF para impedir o povo pobre de votar no segundo turno, principalmente no Nordeste. Os mesmos que, com a cobertura da cúpula das Forças Armadas, montaram a farsa da “apuração paralela” feita pelos militares, mantida como carta na manga pelos golpistas, que até agora não reconheceram a derrota nas eleições presidenciais. Os mesmos que sempre insuflaram a massa pequeno burguesa e ignorante a impor na marra um golpe militar sob a égide de Bolsonaro. Os mesmos que implementam o armamento dos ricos para que tenham carta branca para caçar os pobres e pretos nas ruas, como fez a fascista deputada Carla Zambelli.

A reação do bolsonarismo, nem bem foram fechadas as urnas, são apenas os primeiros atos golpistas que, hoje, visam a impedir a posse de Lula, e amanhã tentarão impedir que Lula governe, principalmente se ousar implementar medidas que ataquem os privilégios dos ricos e beneficiem o povo pobre.

A impotência do Supremo Tribunal Federal ficou explícita desde que a escalada golpista teve início com a ação da PRF para impedir o povo de votar, e segue agora diante dos bloqueios das vias públicas. Isto demonstra que não dá para confiar no STF e na Justiça burguesa como “guardiões da democracia”, como querem Lula, o PT, o MST, a CUT e outras centrais sindicais que estão contra o chamado do MTST a mobilizar contra os bloqueios bolsonaristas.

A Nota Conjunta das centrais sindicais, encabeçada pela CUT e Força Sindical, é um exemplo desta política imobilista: “Conclamamos urgentemente que os governos federal e estaduais, as instituições democráticas, em todas as formas da Lei, adotem todas as providências, e o retorno da normalidade para garantir o respeito à democracia e ao resultado das eleições. É importante destacar que o movimento sindical não aceite provocações e radicalismos e reforçam a importância do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal (STF) na busca de soluções republicanas.”

Ora, conclamar o governo federal, quer dizer, o próprio Bolsonaro a parar com os protestos golpistas, é ocultar que ele é o responsável maior pelo que está acontecendo. E, ao mesmo tempo, colocar o movimento sindical a reboque das tentativas de negociações com Bolsonaro através de Alckmin, Mourão, Tarcísio Freitas, Paulo Guedes, Arthur Lira e outros burgueses para que ele reconheça a vitória de Lula e ordene a suspensão dos bloqueios. Sob as orientações de não aceitar “provocações e radicalismos” se esconde a política da burocracia sindical de manter a classe trabalhadora imobilizada, como simples expectadora da ação parlamentar e burocrática de seus dirigentes, a reboque das impotentes instituições da democracia burguesa.

A tão aguardada fala de Bolsonaro, na tarde de hoje, como não poderia ser diferente, justifica a ação dos agitadores golpistas que bloqueiam as vias públicas, dizendo que são fruto da indignação com o processo eleitoral. Bolsonaro e seu séquito fascista sabem que não estão dadas, ainda, as condições para um golpe de força vitorioso. Mas, nem por isso, abandonam sua estratégia de poder autoritária, militarista e fascista, que, em última instância, tem como objetivo destruir as organizações da classe trabalhadora e acabar com as liberdades democráticas.

Várias iniciativas de liberação das vias públicas já têm sido tomadas, a exemplo dos operários da Brasfel, no Rio de Janeiro, e dos jovens de São Mateus, no Espírito Santo, que nos mostram o caminho a seguir.

É por tudo isso que apoiamos o chamado do MTST à mobilização. É preciso que a classe trabalhadora e o povo pobre se mobilizem a partir de suas organizações de classe, de forma independente da burguesia para enfrentar o golpismo bolsonarista, que vai permanecer ameaçando o governo de Lula, as liberdades democráticas e as lutas e organizações da classe trabalhadora.

Chamamos o MTST, a partir da sua autoridade política como organização da luta popular, a chamar também a CUT e demais centrais sindicais, o MST, o PT, PSOL e PC do B a romperem com sua política imobilista, com o objetivo de se unificar com todas as organizações populares, dos povos originários, estudantis, da juventude, das mulheres, de negras e negros, LGBTQIA+, e demais partidos do movimento operário e socialista para enfrentar nas ruas e nas lutas ao golpismo bolsonarista. É preciso exigir do próprio Lula que se apoie na força organizada da classe trabalhadora para enfrentar o militarismo e o fascismo. Que sejam organizadas reuniões unificadas e comitês de base nas cidades e bairros populares.

A realidade confirma o alerta que vimos fazendo desde a campanha eleitoral. Nada podemos esperar das alianças de Lula com os patrões, seus políticos, partidos e instituições do Estado burguesas. É preciso lutar por um Governo da Classe Trabalhadora, sem patrões. As trabalhadoras e trabalhadores que levaram Lula ao poder devem exigir Que Lula governe sem patrões, junto com os sindicatos e movimentos de luta da classe trabalhadora. Só a mobilização e organização independente da classe trabalhadora e do povo pobre e oprimido pode barrar o golpismo bolsonarista e conquistar uma sociedade justa e socialista.

Nota do GOI- Palavra Operária (1/11/2022)

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