Abaixo às reformas educacionais neoliberais na América Latina e no Caribe! Viva a greve das professoras e professores de Porto Rico!

Em Porto Rico, a Federação de Professoras e Professores de Porto Rico, junto com as famílias estão enfrentando o fechamento de 266 escolas ordenado pela secretária do Departamento de Educação, Julia Keleher. A defesa das escolas contra o fechamento já vinha sendo impulsionada nos últimos anos, mas a implementação da Reforma Educativa (Lei 85-2018) legitima ante a “crise econômica, fiscal e orçamentária” uma série de medidas para “garantir a sustentabilidade do sistema para que as gerações futuras possam ter os recursos necessários para uma educação de excelência”. Longe da excelência prometida, as matrículas foram reduzidas, esta semana, em 70.000 estudantes, como bem assinala em suas declarações Mercedes Martinez, presidente da Federação. Seis mil professoras e professores ficarão sem emprego, a quem os novos regulamentos chamam de “recurso disponível”, que deverão ser “recertificad@s”. A matrícula de crianças sem escola e a realocação das profesoras e professores deslocados é feita pela internet.

O que o departamento de educação esconde detrás da prolixidade “tecnológica” é um incomum corte orçamentário de $191,5 milhões, incluindo a educação de adultos e a educação especial, que receberá $78,2 milhões a menos, num momento em que o Legislativo está promovendo uma nova Lei de Educação Especial. O governo quer “economizar” $14,4 milhões com o fechamento de escolas e $135 milhões com pessoal, uma vez que o número de empregados caiu para 5.594 por causa de aposentadorias, programas de aposentadoria antecipada e renúncias.

Por outro lado, 46 ​​entidades solicitaram a administração de escolas “charters” (modelo de escola pública que adota a lógica da gestão privada) e 29 foram aprovadas na primeira rodada de requisitos. A Federação de Professores e as famílias seguem lutando em defesa da escola pública, em pleno recesso escolar estão protagonizando ações em defesa da educação pública, chamada de “férias de luta”, que se soma ao ascenso que atravessa o continente. (1)

Finalizado o recesso escolar, a Reforma Educacional começou com o fechamento de 266 escolas. Abriu-se um sistema on-line para a realocação e deixou 1.500 professoras e professores sem seus cargos, que serão “recategorizados” pelo mesmo mecanismo. As famílias denunciam que as “escolas receptoras” estão com as salas de aula sem condições e que isto afeta especialmente as crianças especiais que perderam seus professores especializados. A Federação de Professoras e Professores de Porto Rico está convocando uma greve para quarta-feira, 15 de agosto.

Desde o CTR (Corrente de Trabalhadores Revolucionários) da Argentina e do GOI (Grupo Operário internacionalista) do Brasil saudamos a luta e a greve convocada pela Federação de Professoras e Professores de Porto Rico. Entendemos essa luta como parte do enfrentamento continental contra as Reformas Educacionais neoliberais implementadas pelos governos na região, obedecendo às imposições dos organismos internacionais (OCDE, UNESCO, BID, FMI e Banco Mundial).

Viva a greve das professoras e profesores de Porto Rico!

  1. Por Montserrat Gayone, Unidade Continental contra as Reformas Educacionais Neoliberais, junho de 2018.

Acesse: http://www.unidadcontinentalcontralasreformaseducativas.wordpress.com

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